Rio de Janeiro, 30 mar (RV) – Tempos de crise, mas – contrariamente ao que se poderia pensar – não para a Igreja Católica. De fato, quem achava que as posições defendidas pela Igreja como, por exemplo, a condenação do uso de preservativos, poderia afastar possíveis candidatos à vida sacerdotal, se enganou.
O número de jovens que entram para os Seminários, todos os anos, sugere que, ao contrário, há uma retomada das vocações no Brasil. No ano passado, o país ganhou 220 novos sacerdotes – um número quatro vezes superior à média de ordenações anuais até o final da década de 90.
Tomemos como exemplo o Seminário São José, de Niterói, que conta, atualmente, 92 seminaristas: o maior número de sua história centenária. A direção do seminário foi forçada a ampliar as instalações, para poder abrigar a contínua demanda.
Em todo o Brasil, seminários abarrotados já têm fila de espera de novos candidatos ao sacerdócio, em razão da falta de espaço físico para acolher todos os aspirantes à vida religiosa. O Seminário do Rio é um deles: lá vivem 115 jovens e a demanda anual é de 30 novos candidatos.
Pe. Reginaldo Lima, da Comissão Episcopal para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) confirma a tendência: "Desde 2000 – disse – tem havido uma retomada das vocações. O novo milênio trouxe uma nova religiosidade. As pessoas têm-se voltado mais para Deus" – explicou. (AF)